Com suas vozes potentes e estilos diferentes, elas marcaram gerações
A presença da mulher na cultura é um tema vasto e significativo, que abrange muitas áreas como arte, música, literatura, cinema, ciência, religião e muito mais. No caso da música, ao longo de toda a história da cena musical brasileira as mulheres desempenharam papéis essenciais na transformação e inovação deste cenário.
É fato que elas marcaram presença e são peças-chave que contribuíram para mudar e revolucionar as produções audiovisuais em nível global, criando tendências, gerando representatividade e sendo inspiração para gerações. Contudo, tal reconhecimento ainda é menor se comparado ao sexo oposto, porém tem crescido de forma “discreta”.
O resultado do relatório “Mulheres na Música”, divulgado pelo Escritório Central de Arrecadação e Administração (Ecad), mostra que a participação das mulheres na indústria musical brasileira cresceu em 2023, se comparado à 2022. Um ponto importante do levantamento indica que cresceu a presença de compositoras na autoria das músicas mais tocadas no Brasil em 2023, em comparação com o ranking de 2022.
Mas hoje vamos falar de três nomes que marcaram a indústria da música.
ELZA SOARES
Conhecida como a “Rainha do Samba”, Elza Soares foi uma artista com uma das vozes mais inesquecíveis da música brasileira. Foi uma figura que enfrentou de forma dura e resistente o machismo e o racismo presentes na sociedade e, não diferente, na indústria musical. Sua voz única e impactante e sua presença no palco a tornaram uma das artistas mais respeitadas do Brasil.
Nascida no Rio de Janeiro em 1930, enfrentou desafios desde cedo. Mas ao longo dos seus 60 anos de carreira, Elza teve inúmeras músicas no topo das listas de sucesso do Brasil. Em 1999, foi eleita pela Rádio BBC de Londres como a cantora brasileira do milênio.
Foi uma cantora, compositora musical e intérprete de samba-enredo brasileiro, que flertou com diversos gêneros musicais como samba, jazz, samba-jazz, sambalanço, bossa nova, MPB, soul, rock e música eletrônica.
Sem dúvidas, Elza Soares foi uma grande mulher e artista, e seu legado permanece até hoje. Infelizmente, ela nos deixou em janeiro de 2022.
ALCIONE
Conhecida como “Marrom”, Alcione é uma das maiores intérpretes da música popular brasileira. Com 30 álbuns de estúdio e nove ao vivo, ela já vendeu oito milhões de cópias de discos em todo o mundo.
Nasceu no Maranhão em 1947, e aos nove anos já começou a aprender a tocar instrumentos de sopro, como o trompete e o clarinete, ensinados pelo seu pai que era professor de música. Ao longo da carreira, Alcione conquistou diversos prêmios internacionais, como o “Grammy Latino”, por exemplo.
Sua voz impactante a levou em mais de 36 países nos cinco continentes, nos principais festivais e em casas de espetáculos internacionais. Uma carreira de sucesso que inspira muitas mulheres.
RITA LEE
Cantora, compositora, escritora e ativista, Rita Lee foi um dos principais nomes da música nacional. Uma das figuras mais icônicas e influentes da indústria, ela ajudou a moldar o som da música brasileira. Ficou conhecida como a “rainha do rock brasileiro”.
Entre os anos de 1968 e 1972, participou juntamente com os irmãos Arnaldo e Sérgio Baptista do grupo “Os Mutantes”. Depois disso, integrou a banda “Tuti Frutti” de 1973 a 1978 e, quando deixou o grupo, iniciou uma parceria musical com Roberto de Carvalho, com quem teve um relacionamento e o primeiro filho.
Durante anos de carreira, ela ultrapassou a marca de 55 milhões de discos vendidos, se tornando a artista feminina mais bem-sucedida em vendas no Brasil e a quarta no geral. Construiu sua trajetória no rock, mas ao longo dos anos flertou com diversos gêneros como, por exemplo, a psicodelia.
Rita Lee era vegetariana, ativista na causa dos animais e nos últimos anos também se dedicou à literatura. Em 2016 lançou o livro “Rita Lee: Uma Autobiografia” e, nos anos seguintes, seu livro de fotos “FavoRita” (2018) e “Rita Lee: Outra Biografia” (2023). A cantora faleceu em maio de 2023.
É inegável que elas foram essenciais e ajudaram a mudar o cenário da música brasileira. Mas elas não foram as únicas. Muitas mulheres enfrentam o machismo dentro da indústria, e são resilientes e determinadas para conquistar ainda mais espaço e mostrar seus talentos.